Alguns textos meus se constroem aos poucos, às vezes eu
escrevo muito devagar, e coloco centenas de vírgulas e depois as
tiro.
E pra facilitar o entendimento, não me intimido em recorrer aos pontos
finais, mesmo desejando que sejam pontos seguidos. Mas... O pensamento
é vago, e recorro às reticências...
As interrogações nunca foram minhas favoritas, mas são sempre
necessárias, e é preferível usá-las no meio do texto, do que correr o risco de
encerrar um, com essa pontuação.
Até gosto dos dois pontos, mas nesse texto não
tenho como aplicá-los.
Nas entrelinhas * fiz uso de tantas exclamações!
Mas são minhas! São "resmungos" tão pessoais que não teria a menor importância publicá-los,
pelo contrário, só acarretaria confusões ao leitor que não conhece a minha
alma.
Sou especialista em perguntas retóricas, não que eu não
goste das respostas que a vida me dá, mas é que tenho certa urgência, que
denominei de “urgência paradoxal”... Entendo que a pergunta é necessária, mas aplico a mim a “melhor” resposta,
por ter aprendido a ser terrivelmente pragmática, e querer ter sempre motivos pra seguir em frente.
Permito usar do meu jeito, todos os sinais de pontuação, já
que o ato de escrever exerce em mim, certa terapia.
No fim de tudo eu olho meu texto, visualizo todos os meus
erros, e quando vejo que são gritantes, fico triste, mas me permito isso só por
um instante, ou dois...
Decido amassar e jogar fora, é necessário escrever outra história...
Mas depois de tudo isso, só consigo recostar minha cabeça na
escrivaninha... Sinto um cansaço ligeiramente inquietante, apago as luzes do quarto, porque quieta no escuro eu quase consigo me sentir segura... Coisas bobas da
minha alma de criança que acha que no escuro, a “vida” não te vê, sei lá...Pena que hoje não tem tempestade, também gosto do barulho estrondoso dos trovões que não me deixam ouvir os meu pensamento mais chatos.
Ainda dessa vez, meu texto ruim superou aquele silêncio terrível,
que quando se instala, sei que é um mau sinal, não de pontuação, mas de coisas
que aprendi sobre mim mesma ao longo dos tempos.
Escrevi, já valeu...
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