segunda-feira, 28 de abril de 2014

Livrai-me de um amor



Livrai-me de um amor que não suporta o meu jeito simples e minha gargalhada  fácil.

Livrai-me de um amor sem exageros e  extremos, sem sal e açúcar, com meios termos e meias palavras e sonhos pela metade.

 Livrai-me de um amor que não saiba contar ou ouvir histórias, porque elas me fascinam... Eu mesma invento uma a cada instante, só pra ter o doce prazer de fazer alguém sorrir.

Livrai-me de um amor que não sabe sentir a alegria de dançar na chuva, ou de sentir o cheiro do mato – Alias quem nunca dormiu na proa de um barco no meio do Amazonas sob um céu estrelado, ouvindo o coaxo dos sapos e o barulho das ondas, certamente ainda não experimentou uma das melhores sensações da vida. 

Livrai-me da falta de gentilezas e do sujeito chato que não consegue rir de si mesmo,  livrai-me  do senhor perfeição com formulas e respostas para tudo na vida.

 Livrai-me de quem não tem coragem de dizer o que sente e que dosa gestos e sentimentos,  fazendo do amor uma equação matemática.

Livrai-me do amor pateticamente  comprado e engessado, que supervaloriza joias, e esquece  o valor  e a magia de uma  serenata na madrugada, ainda que absurdamente desafinada.

Livrai-me  de um amor pintado como perfeito,  e do sujeito musicalmente certinho, que não ouve nada além de  Chico Buarque e Caetano ( Longe de mim, abrir margem para qualquer MC!)

Livrai-me de um amor cheio de eufemismos, porque  prefiro o pragmatismo da coisa  o “sim, sim ,não não” , já que o morno da vida me dá náuseas! Defina-se e decida-se ou eu te vomito!

Livrai-me de um amor pretensioso  que deseja ser a  minha metade da laranja, ou a minha alma gêmea – Porque acho que não resistiria...E quebraria um vaso na cabeça desse ser supostamente predestinado!

Não aguento nada que se pareça comigo, quero o diferente, o novo, o inusitado, o surpreendente, embora constante.

Livrai-me desse amor  programado que só gosta do que eu gosto, que concorda com todos os meus pensamentos, que não confronta os meus erros, e assume as minhas verdades, apenas por medo de perder ou de não se encaixar em um formato de amar.

 Não que eu não queira a sorte de um amor tranquilo... Só não me interesso por esse “amor” banal, facilmente oferecido, por  quem acha que viver é estar sempre em uma zona de conforto.

Não acredito que alguém possa me trazer paz, sem primeiramente conseguir balançar as minhas  mais firmes estruturas.

Ronilma

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Mudar é Preciso



Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo, e o que não mata com certeza fortalece.

Às vezes mudar é preciso, nem tudo vai ser como você quer, a vida continua. Pra qualquer escolha se segue alguma consequência, vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze.

Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Nem todo mundo é tão legal assim, e de perto ninguém é normal. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder pra aprender a dar valor e os amigos ainda se contam nos dedos.

Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela. Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos.

Não fique preocupado, você nunca sabe quem está se apaixonando pelo seu sorriso.

(Charles Chaplin)

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Eh! Agora são 33!













Sabe quando você é criança e imagina ter 15, 20, 30, ou até 40 anos?

...E fica pensando como vai estar quando esse tempo chegar, o que vai estar fazendo, em que cidade vai estar morando,  se  vai casar e com quem será? Se ele vai ser feio, bonito, careca ou cabeludo...Se  terá filhos, se vai ter dinheiro, ou morar embaixo da ponte...Esse tipo de coisa que só nasce nas mentes mirabolantes de uma criança.

Pois é, eu imaginei tudo isso na minha infância, principalmente das vezes que eu  ficava sozinha num cantinho de casa, lendo, viajando e sonhando com esse tal de “futuro”. 
Mas, não me lembro de ter me imaginado com 33 anos.


Engraçado ou estranho... É que parece que  o tempo passou tão rápido, que as vezes ainda me sinto uma criança brincando de gente grande, principalmente quando  me pego dando gargalhadas, quebrando os protocolos da vida, em  uma situação “adulta”, em que eu deveria estar tão séria...(Mas, eu ainda chego lá, prometo!) Mas sei que foi bom chegar até aqui,  um mega motivo para comemorar!
A mídia – com seus anúncios de cosméticos – ensina as mulheres a terem vergonha e mania  de esconder a idade após um tempo. Devia era  gastar milhões  pra ensinar que elas não vão ser mais felizes acreditando na ilusão que o tempo não vai passar, ou que é possível ficar mais jovem a cada dia. Existe idiotice maior? O tempo não volta, não é possível ficar mais jovem...

Agora, é possível ficar mais bonita, desculpem os que apreciam a falsa modéstia, porque eu não sou chegada. Gente, com 18 anos, eu era uma coisa muito, mas muito estranha, ainda bem que o tempo passa, porque a cada ano, minha versão original só melhora. rs
  Hoje não há nada que eu não goste em mim! Talvez porque nunca quis parecer com nenhuma estrela de TV ou  ter as medidas de uma miss, pra me sentir bela.
Ainda tenho espinhas, um cabelo que me dá  um certo trabalho, sou pequenina,   magra demais! Recuso-me até hoje a fazer parte de qualquer padrão. Não me diga o que devo usar, como devo cortar o cabelo, como devo me portar, porque rodo a baiana!
Entendo  que eu não faço parte de padrão nenhum, sou única,  com características únicas, desenhadas pelo dedo de Deus , cada detalhe estrategicamente colocado com um toque  especial. Por isso, eu só quero parecer comigo mesma.

Ah!  Eu não poderia esconder jamais esconder essa idade, pois afinal seria deixar de festejar essa dádiva que é ser adulto, envelhecer, e  principalmente seria injusto demais deixar de agradecer a vida, a esse Deus maravilhoso, que me deixou viver até aqui.

E como já dizia Renato Russo “Os bons morrem jovens...” E é por isso que sou uma garota do mal, traquina!  Virei especialista em errar, já aprendei mil formas de como não fazer. Rs Pelo menos me sinto mais perto dos acertos agora.
 Já levei tantos tombos doídos, já me senti tão sozinha no meio dessa multidão, mas também já dei gritos de  felicidade, já chorei por horas escondida, já achei que tinha toda sabedoria necessária e depois descobri que da vida não sei é nada.
Por isso “32” Já não me serve mais, agora é a vez do “33!”  E vou vivê-lo da melhor forma, com mais  garra, mais paixão,  mais alegria e mais intensidade.
Quanto as  historias vividas ontem? ...Não me contentam mais, o sucesso de ontem também não me sacia mais, as alegrias de ontem já passaram, quero me permitir sentir novas alegrias, novas sensações,  os desafios de ontem já foram, e sei que a vida não vai me poupar de novos.

Aquele “príncipe encantado” até hoje não chegou, a não ser que  ele tenha passado por mim, e do jeito que sou distraída  não notei. Será? E antes que as más línguas digam... “É porque é  muito seletiva”.  Eu digo: é a avóooooooo!!  


A única coisa que acho chato nesse dia, é que como dizia Cazuza,  “não vai ter um pódio de chegada, ou beijo de namorada...” Na minha versão pessoal, ainda acrescentaria não vai ter flores.


Só não quero construir nada na areia, as construções na areia, te protegem, te confortam te tiram da solidão, te aquecem, mas só por um tempo, é verdade que os sonhos erguidos na rocha, demoram bem mais pra serem edificados. Mas, observei durante esses  32 anos, que as construções feitas na Rocha, nem  mesmo o furacão katrina leva. ;)

Seja bem vindo 33!Obrigada vida! \o/


quarta-feira, 9 de abril de 2014

Ah...O amor é uma crônica! E não é de minha autoria.


Crônica do Amor



Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.


Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.


Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?


Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.


Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Por que você ama este cara?




Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e um monte de caras atrás de você...



Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém . Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?


Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.


Autora: Martha Medeiros