Atrocidades capturadas em vídeo: uma nova arma de guerra
O impulso de clicar em vídeos mostrando atrocidades de guerra está se tornando automático, embora não aprendemos ainda a lidar com o que vemos
( "Juro por Deus, vamos comer seus corações e seus fígados, seus soldados de Bashar, o cão", diz o homem para companheiros no vídeo que aplaudem e gritam "Allahu akbar (Deus é grande)".
O vídeo provocou indignação tanto entre os partidários do presidente sírio, Bashar al-Assad, como entre figuras da oposição.
O vídeo provocou indignação tanto entre os partidários do presidente sírio, Bashar al-Assad, como entre figuras da oposição.
"Juro por Deus, vamos comer seus corações e seus fígados, seus soldados de Bashar, o cão", diz o homem para companheiros no vídeo que aplaudem e gritam "Allahu akbar (Deus é grande)".
Provocou comoção mundial um vídeo divulgado no YouTube que mostra um suposto chefe rebelde da Síria arrancando o coração e o fígado do cadáver de um soldado governista e ameaçando devorá-los. Ao abrir o link do vídeo no YouTube, porém, percebe-se que na barra lateral do site há uma série de outros vídeos, alguns em árabe, outros em inglês, divulgando conteúdo igualmente repugnante relacionado à guerra síria.
Esses vídeos têm servido cada vez mais como uma nova arma em guerras modernas, nas quais o terror exerce papel fundamental. O fenômeno não é exclusivamente sírio. Outro vídeo recente e muito comentado mostra a decapitação com motosserra do membro de uma gangue mexicana por traficantes rivais.
Grupos violentos ao redor do mundo parecem ter pego inspiração da Al Qaeda e seus esforços para aterrorizar sociedades com vídeos e áudios das execuções de seus inimigos. Isso começou quando a Al Qaeda filmou a decapitação do jornalista americano Daniel Pearl, em 2002, que foi seguido, durante a Guerra do Iraque, por uma série de outros vídeos semelhantes da Al Qaeda e seus aliados.
É preocupante reconhecer que, há pouco tempo atrás, para as primeiras gerações de telespectadores, a coisa mais assustadora que viram na televisão foi a cena do chuveiro em “Psicose” (e para muitos ela induziu medos duradouros). Hoje, para qualquer um que queira ver como uma pessoa reage ao ser esfaqueada, informada de que está prestes a morrer, espancada até a morte ou cortada em pedaços, basta um clique. Ainda não descobrimos as consequências para a sociedade dessa exposição, que ocorre dentro de nossas casas, a homens objetivando, tormentando e torturando outros em distantes campos de batalha.
Fontes: The New Yorker - Scenes from an Atrocit
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