Trabalhando (fazendo matéria sobre a cheia, ficamos perdidas no rio nesse dia ,porque o Cap."XX" que conduzia a lancha,esqueceu o caminho.)
Por muito tempo, fui quase uma "eremita", cresci fazendo tudo sozinha, indo a escola sozinha, ao banco e principalmente ao "banheiro" sozinha.
Esse lance de ter uma "melhor amiga" grudada em mim boa parte do tempo, sabe essas coisa de "menina"? Pois é, isso não aconteceu comigo, até....
Conhecer a Rafaela, na faculdade.
_Vamos fazer o trabalho juntas?
_Eu vou à biblioteca...
_Ah! Também vou!
_Eu vou a secretaria ver minha...
_Ah! Eu também vou!
E na secretaria geralmente era assim " Rô...pergunta ai...".
_Licença vou ao banheiro...
_Eu vou com você!
_Humpf! Grumpf! Grrr! Ao banheiro, comigo?
E foi no banheiro que ficamos bem amigas mesmo, quantas conversas, confidências trocadas, textos decorados, discursos ensaiados, no banheiro.
E quem não ficou sabendo da história da Rafaela escondida no banheiro, para não ter que explicar um trabalho perante a turma?
É pra quem não ouviu essa história, eu vou contar um trechinho só...
Fui procurar a Rafaela, porque estava chegando a sua vez de explanar um trabalho em sala de aula, sobre comunicação, direito e legislação, e a encontrei no banheiro, encostada na parede ,abaixada, amedrontada como uma criança e bastou eu entrar pra ela abrir o maior berreiro (pro meu desespero, porque eu era a menina "cabeça", "madura" que nem estava acostumada com o meu próprio choro, quanto mais com o choro de uma outra menina. arg!).
Usei toda minha psicologia empírica, argumentos concretos, outros totalmente inventados, confesso que foi muito difícil pra mim segurar o riso diante daquela situação comovente e ao mesmo tempo cômica. Desisti, e fui procurar Cintya, a professora.
E sob a promessa de que não iria explanar o assunto, Rafa saiu do banheiro e parou de chorar. rsrs (isso faz tempo, porque agora, ela fala pelos "cotovelos")
Mas foi assim que nossa amizade foi nascendo e percebi que deixar alguém tão perto de mim, não era tão mal assim e o nosso diálogo do "vou com você", continuou.
De lá pra cá, fizemos muitas coisas juntas, trabalhamos, viajamos, passeamos, enfrentamos situações parecidas.
Agora a Fafa está em Manaus e eu em Santarém, mas mesmo com a distancia, continuamos amigas inseparáveis, basta acontecer alguma coisinha pra pegar o telefone ou ficar horas(literalmente)batendo papo na internet.
E quanto ao propósito de uma amizade? Ah..as vezes ela é como uma "mala sem alça", as vezes é super estranho levar uma, mas é sempre bom é necessário, e dentro dessa "mala" podemos encontrar grandes surpresas, como ajuda para carregar fardos, cores para deixar a vida mais bonita,consolo em momentos de crise e até risos em tempo de dor.
Enfim... A amizade vale muito à pena, se tua paciência não é pequena. rs
(Para a mala sem alça Fafa Joseph)
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