
As margens do maior rio de água doce do planeta, o rio Amazônas, a falta de água potável é sentida principalmente pela população ribeirinha e a taxa de mortalidade é alta para bebês, crianças e idosos em algumas vilas. O problema se agrava no período das cheias quando o nível dos rios aumenta e muitas casas chegam a ficar ilhadas por até 6 meses.

Para tentar solucionar o problema de doenças causadas pela poluição das águas, em 1999, uma parceria entre a Missão Projeto Amazonia (PAZ) e a organização Bolsa samaritana do Canadá , iniciou uma pequena linha de produção de filtros de água em Santarém, os chamados filtros biotivos de areia.
Os filtros foram desenvolvidos em 1988, pelo Dr. Davis Manz, da Universidade de Calgary-Canadá, e são considerados pela Organização Mundial de Saúde, como um dos filtros mais eficientes no mundo, devido sua tecnologia simples e de fácil manutenção.
Os filtros biotivos de areia, são especialmente apropriados para a Amazônia, pos podem ser construídos usando materiais baratos encontrados na região - cimento, areia e cascalho - ele destroi partículas e micro-organismos causadores da cólera, febróide e desinteria amebiana, fornecendo água potável para beber. (Fonte Missão PAZ).
Samuel Bentes de Vasconcelos - Funcionário responsável pela fábrica de filtros em Santarém, explica como funciona o processo dos filtros.
" A parte vermelha do filtro é espaço para o ar, a parte azul é composta por areia fina, que funciona como uma peneira, a branca é composta por areia grossa (quebradinho), a parte de baixo é composta por seixo."
Esse funcionamento é uma combinação de processos biológicos e mecânicos, os micróbios que precisam ser removidos ,estão presos ou muito perto da superfície da areia, formando uma camada biológica. Os virus são absolvidos ou se ligam aos grãos de areia, por isso morrem com tempo. Conclui Samuel.
O filtro bioreia (mais conhecido por filtro de areia), tem medidas exatas que são fundamentais para o seu bom funcionamento, quando utilizado corretamente, pode remover de 95/97% de virus e bactérias e 100% de protozoários (amebas, vermes, tênias etc) Fonte Dr. Manz.

Esse monitoramento é feito constatemente por supervisores da Missão PAZ, que acompanham constantemente as comunidades ribeirinhas.
Para produção de um filtro gasta-se em média 180 reais, que é entregue aos ribeirinhos ao preço de 15 reais, para que se crie um senso de responsabilidade quanto ao filtro, por parte dos comunitários.

Até agora, cerca de 10 mil filtros já foram entregues em comunidades da bacia amazonica.
Fátima dos Santos, moradora da comunidade ribeirinha de Ilha do Bom Vento, casada e mãe de oito filhos, já passou por diversos problemas intestinais decorrentes da falta de água potável. Em 2009, todos os membros de sua família foram acometidos de verminoses, alem de apresentarem manchas de pele e alergias, que são doenças comuns onde não se tem água potável. No caso da familia de dona Fátima, essas doenças se manifestaram pela ingestão e uso da água barrenta do rio Amazônas e a distância dos hospitais e postos médicos, mas de acordo com ela, desde que teve a instalação do filtro bioareia em casa ,ninguém mais adoeceu em sua casa.
O objetivo da Missão PAZ é levar filtros a todas as comunidades ribeirinhas da bacia amazonica, um projeto simples, eficaz e que pode ser adotado em diversos lugares ,como media para prevenir ou combater doenças causadas pela poluição das águas. Um projeto que vem mudando a vida de milhares de pessoas.
Fotos: Nate Reutter/Ronilma Santos
Muito bom esses filtros...!!! Estou precisando do detalhamento de quanto é utilizado de arreia, de cascalho e de cimento para a produção de CADA UM desses filtros?
ResponderExcluire se tem algum objeto agregado nele, tipo torneira, ou qualquer outro objeto....por favor!!!
Caro Anônimo, a melhor forma de de você obter essa informação é acessando o site da Missão Paz - http://www.missaopaz.com.
ResponderExcluirSó não sei se eles topam em dar a quantidade exata, se não me engano, eles não fornecem, mas tenta lá.