sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Risco de abstenção alta preocupa TRE

om a proximidade do plebiscito sobre a divisão do Pará para criação dos Estados do Tapajós e Carajás, marcado para o dia 11 de dezembro, o corregedor do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PA), desembargador Leonardo Tavares, teme por uma grande abstenção no pleito. Para evitar que grande parte dos eleitores deixe de votar, o corregedor programa uma série de atividades de orientação aos técnicos e juízes eleitorais, além de participar de eventos pela capital e interior do Estado para debater o plebiscito. “É preciso esclarecer que o plebiscito é uma eleição comum, com as mesmas regras de um pleito eleitoral”, ressalta o desembargador.

Hoje ele participa em Tucuruí de um seminário de direito eleitoral, realizado em faculdade local em parceria com o TRE/PA com a finalidade de esclarecer as regras do plebiscito e do processo eleitoral em geral, destinado aos estudantes de Direito da instituição, líderes de entidades associativas e comunidade em geral. Vários juízes eleitorais serão palestrantes do evento.

FERIADO

A maior preocupação é que a data do plebiscito foi marcada para uma semana após o feriado do dia 8 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição. Geralmente, muitas pessoas costumam aproveitar os feriados prolongados para viajar e é justamente este aspecto que a Corregedoria Eleitoral quer evitar, através de esclarecimentos, informando que quem não votar terá que justificar e pagar multa e se submeter às mesmas regras de outras eleições. Na eleição 2010, o Pará obteve um dos maiores índices de abstenção do país. No primeiro turno, 21.18% deixaram de votar. No segundo turno foram 26.79%.

O corregedor acredita que a sociedade ainda não entendeu a importância do plebiscito que vai decidir para o futuro do Estado do Pará, por isso, é de fundamental importância a máxima participação do eleitorado de todas as regiões paraenses. Ele acredita que a partir do início da propaganda na mídia, prevista para o dia 11 de novembro, a população deverá se alertar sobre o plebiscito.

Para ajudar a população a esclarecer sobre as regras para o referendo popular, o TRE/PA criou uma comissão de técnicos para responder as dúvidas dos eleitores sobre qualquer aspecto da eleição, como por exemplo, a obrigatoriedade do voto, horário de votação, entre outros.

PROPAGANDA

Porém, outro aspecto preocupa a Corregedoria Eleitoral, que é a propaganda do plebiscito na mídia em novembro e atualmente nas ruas. Apesar do referendo ter apenas quatro frentes na disputa (frentes contra a divisão e frentes a favor do Tapajós e Carajás), o corregedor acredita que é preciso ficar bem atento para as regras não serem descumpridas. Ele afirma que fiscalizar o plebiscito dará o mesmo trabalho de uma eleição municipal ou geral. Além disso, afirma o desembargador

Leonardo Tavares, o plebiscito também tem as mesmas características financeiras de uma eleição, podendo ser até mais dispendioso para a Justiça Eleitoral que a eleição geral de 2010. A estimativa é que sejam gastos entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões.

DEBATE - CONCEIÇÃO

O Diretório Acadêmico da Universidade do Estado do Pará, núcleo de Conceição do Araguaia, realizou, na última quarta-feira, um debate acerca dos prós e contras da divisão territorial do Pará. Foi a primeira vez que o município deu oportunidade aos contrários e favoráveis à divisão territorial do Estado expor as razões pelas quais defendem os seus respectivos pontos de vista.

O prefeito de Conceição do Araguaia, Álvaro Brito (PT), abordou os benefícios que a divisão territorial do Pará, e consequentemente, a criação dos Estados do Carajás e Tapajós, trarão para as populações dos dois novos Estados e também do novo Pará. Por sua vez, o mestre em Sociologia e docente da Universidade do Estado do Pará, Miguel Pereira, posicionou-se contrário à divisão geográfica do Estado. Ao final das explanações, a plenária pôde fazer perguntas. A estudante de Letras Cleide Rodrigues disse à reportagem que avaliou o debate como muito proveitoso. “Pude me aprofundar mais no assunto e tirar algumas dúvidas. Agora estou mais esclarecida”, disse a jovem. O debate foi acompanhado por autoridades locais.

Campanha pelo ‘sim’ esquenta no sul

Depois das dezenas de carreatas de apoio ao Sim na região sul do Pará, chegou a hora dos movimentos denominados “adesivaços”. Milhares de veículos estão recebendo adesivos com as frases “Sim, estou ajudando”, “Tô dentro!” e os slogans “Queremos estradas, saúde, educação, escolas e energia elétrica”.

Paralelamente às iniciativas populares, a campanha oficial da Frente Pró Carajás começa a trabalhar o lema “Se é bom para todos, não podemos ser contra”, apresentado nas peças criadas pelo marqueteiro Duda Mendonça.

No interior, a campanha do Sim chegou aos bairros e zonas rurais dos municípios em reuniões semanais de esclarecimento, que se estendem a outros eventos pré-agendados. “Estamos aproveitando todas as oportunidades para encorpar o movimento”, diz Caroleide Pedreira, uma das responsáveis pela campanha no município de Redenção.

Assim como em Redenção, grupos de trabalho promovem ações políticas semanais em Bannach, Floresta, Xinguara, Santana do Araguaia, Conceição, Cumaru e dezenas de outros municípios da região. “Vamos intensificar as ações, especialmente agora com a aproximação do horário político eleitoral”, explica Fábio Queiroz, de Xinguara.

(Diário do Pará)

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