quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Internet- O consentimento dos conectados

Como os reinos de Googledom e Facebookistão, entre outros soberanos do ciberespaço, estão lidando com o poder sem precedentes que têm nas mãos.


Empresas como Apple, Facebook, Google, e muitos outros serviços e plataformas digitais criaram uma nova esfera virtual, uma grande parte da qual é projetada, construída, operada e pertence a companhias privadas. Essas companhias agora são mediadoras de todo tipo de relações humanas, incluindo a relação entre cidadãos e governos. O que está sendo exercitado é uma nova camada de soberania sobre o que estamos ou não estamos autorizados a fazer com nossas vidas digitais, combinada e até maior do que a soberania dos governos. Às vezes – como no caso da Primavera Árabe – essas plataformas mundiais administradas por corporações são capazes de ampliar as vozes de cidadãos questionando seus governos. Mas em outras situações, elas podem restringir nossa liberdade de formas bastante pérfidas, às vezes em cooperação com governos e às vezes de forma independente.

A iNação Apple

Problemas com censura na Apple vão muito além da China, e chegam a lugares inesperados. Em março de 2010 a Apple apagou, sem aviso prévio, um aplicativo para iPad da Stern, uma das maiores revistas da Alemanha. Conteúdo erótico havia sido publicado na versão impressa, que era automaticamente duplicada no aplicativo. O conteúdo estava perfeitamente de acordo com as leis da Alemanha, mas como algumas páginas de uma edição específica violavam os padrões dos aplicativos da Apple, a revista inteira foi censurada na App Store. A Apple também notificou uma outra revista alemã, Bildt, que ela teria que alterar seu conteúdo se quisesse manter seu aplicativo.

Este ano a Apple também censurou uma versão em quadrinhos de Ulisses, de James Joyce, que continha algumas imagens de nudez, apesar do aplicativo ter sido marcado como contendo conteúdo adulto. Conteúdo político e religioso controverso também é frequentemente censurado. Queixas de censura continuam, tanto da esquerda quando da direita do espectro político norte-americano.

Facebookistão

Mais de 800 milhões de pessoas “habitam” o reino digital do Facebook. Se o Facebook fosse um país, seria o terceiro mais populoso do mundo, atrás somente de Índia e da China. Vamos chamá-lo de Facebookistão. É um país governado por uma série de regras baseadas na ideologia da sua equipe de administração e seu “pai fundador”, que governam seu reino da forma que eles acreditam ser mais benéfica para seus usuários – e para eles próprios.

Zuckerberg defende o que veio a ser conhecido como “transparência radical”: a ideia de que a humanidade estaria melhor se todo mundo fosse mais transparente sobre quem são e o que fazem. Ativistas que usam o Facebook em regimes opressores estão uma posição complicada: Eles podem usar nomes falsos e se arriscar a ter suas contas desativadas. Ou eles podem usar seus nomes verdadeiros e se arriscar a ser presos – ou pior.

Ler matéria completa aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Interaja comigo, deixe seu comentário ;)